Olhando ao redor
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
Um bom exercício para analisar as administrações municipais é observar que outras cidades estão fazendo. Verdade que a história de cada uma delas desperta vocações e interesses variados. Também não é possível comparar coisas e situações muito diferentes. Algumas vezes exercito a observação diretamente, em outras analisando dados, indicadores e outras informações à distância.
Neste exercício de comparação de Campos com outros municípios de porte médio surgiu Sorocaba.Criado pouco depois da nossa capitania de São Tomé em 586 mil habitantes, 36% a mais que Campos. Possui 164 mil imóveis cadastrados, numa área de 546 Km², contra, cerca de 120 mil imóveis que em Campos estão distribuídos, numa área oito vezes maior que o município paulista.
Em 2008 a cidade paulista terá um orçamento de R$ 1,1 bilhão contra R$ 1,45 bilhão aqui em Campos. Mais moradores significa mais gastos, exatamente, com as duas áreas mais dispendiosas na gestão pública: educação e saúde. Resumindo: Campos tem 30% a mais de dinheiro para cuidar de 160 mil pessoas a menos, embora espalhados numa área oito vezes maior.
Porém, há outras diferenças gritantes entre as gestões públicas das duas cidades. Por lá, as compras são on-line através do portal “Acess@compras” que é um espaço virtual para pregões e leilões on-line. A cidade assumiu o slogan da capital da solidariedade criando dentro da estrutura municipal uma secretaria (de Parcerias) não para fazer assistencialismo, mas para interligar gente interessada em ajudar e instituições necessitadas de gente, projetos e recursos.
Além disso, o município mantém prestação de contas divulgando balancetes de receitas e despesas, no máximo três meses após sua execução. Criou um plano cicloviário com meta de viabilização de 77 quilômetros de ciclovias interligadas que visa melhorar a qualidade de vida e a mobilidade urbana, garantindo segurança aos ciclistas, ao mesmo tempo em que estimula o lazer, a prática de atividades físicas, além de oferecer uma opção econômica de transporte.
Sorocaba tem um portal na internet para emitir certidões negativas e um projeto inovador de desburocratização que reduziu de 120 para, dez dias, o tempo necessário para se abrir uma empresa. Outras diferenças de gestão poderiam ser listadas, mas basta lembrar uma última e fundamental distinção: Sorocaba não corre o risco de ver sua receita orçamentária cair com o fim do petróleo!
Publicado na Folha da Manhã em 26 de outubro de 2007.
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
Um bom exercício para analisar as administrações municipais é observar que outras cidades estão fazendo. Verdade que a história de cada uma delas desperta vocações e interesses variados. Também não é possível comparar coisas e situações muito diferentes. Algumas vezes exercito a observação diretamente, em outras analisando dados, indicadores e outras informações à distância.
Neste exercício de comparação de Campos com outros municípios de porte médio surgiu Sorocaba.Criado pouco depois da nossa capitania de São Tomé em 586 mil habitantes, 36% a mais que Campos. Possui 164 mil imóveis cadastrados, numa área de 546 Km², contra, cerca de 120 mil imóveis que em Campos estão distribuídos, numa área oito vezes maior que o município paulista.
Em 2008 a cidade paulista terá um orçamento de R$ 1,1 bilhão contra R$ 1,45 bilhão aqui em Campos. Mais moradores significa mais gastos, exatamente, com as duas áreas mais dispendiosas na gestão pública: educação e saúde. Resumindo: Campos tem 30% a mais de dinheiro para cuidar de 160 mil pessoas a menos, embora espalhados numa área oito vezes maior.
Porém, há outras diferenças gritantes entre as gestões públicas das duas cidades. Por lá, as compras são on-line através do portal “Acess@compras” que é um espaço virtual para pregões e leilões on-line. A cidade assumiu o slogan da capital da solidariedade criando dentro da estrutura municipal uma secretaria (de Parcerias) não para fazer assistencialismo, mas para interligar gente interessada em ajudar e instituições necessitadas de gente, projetos e recursos.
Além disso, o município mantém prestação de contas divulgando balancetes de receitas e despesas, no máximo três meses após sua execução. Criou um plano cicloviário com meta de viabilização de 77 quilômetros de ciclovias interligadas que visa melhorar a qualidade de vida e a mobilidade urbana, garantindo segurança aos ciclistas, ao mesmo tempo em que estimula o lazer, a prática de atividades físicas, além de oferecer uma opção econômica de transporte.
Sorocaba tem um portal na internet para emitir certidões negativas e um projeto inovador de desburocratização que reduziu de 120 para, dez dias, o tempo necessário para se abrir uma empresa. Outras diferenças de gestão poderiam ser listadas, mas basta lembrar uma última e fundamental distinção: Sorocaba não corre o risco de ver sua receita orçamentária cair com o fim do petróleo!
Publicado na Folha da Manhã em 26 de outubro de 2007.
1 Comments:
Prof. Roberto Moraes e amigos do blog:
Nossa cidade poderia dar exemplo neste sentido se houvesse um comprometimento real e significativo com a melhoria da saúde e qualidade de vida da população.
Ciclovias nos países como França e Alemanha representam aumento significativo nos níveis de saúde da população, mas parece que por aquí, ciclovias e bicicletas estão erroneamente associadas a uma prática popular que não é bem vista pelas elites dominantes.
É uma lástima que saúde e qualidade de vida não sejam levados à sério pelos gestores municipais.
Postar um comentário
<< Home