Apenas um apetite invulgar sobre os R$ 7 bilhões
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
Evitei tratar do tema na sexta-feira passada, quando se encerrava o prazo do troca-troca absurdo de partidos para as eleições do ano que vem. Passada a data-limite, enquanto cidadão há que se exigir um debate sério, sem “toma-lá-dá-cá” para a melhoria dos nossos problemas.
Um orçamento de 1,5 bilhão em 2008 permite estimar, que o próximo prefeito terá mais de R$ 7 bilhões, para num mandato de quatro anos, melhorar nossas condições de vida, embora se saiba, que aqueles que mais necessitam das ações do poder público, ainda não lêem jornais.
Não é demais exigir um plano de metas. Um plano claro, sucinto, exeqüível. Nada de promessas mirabolantes. Falo de ações que melhorem nosso trânsito, o transporte urbano, a saúde, etc. A saúde, que hoje detém cerca de R$ 400 milhões do nosso orçamento, ainda não deixou visível ou perceptível, melhorias proporcionais, ao quase ½ bilhão que recebe anualmente.
É preciso superar a pobreza do debate, ou da falta dele, na disputa política que se avizinha. As baixarias, o troca-troca de legendas, favores e barganhas que assistimos todos os dias, já não fazem corar, nem aqueles que antes se diziam espantados.
Não é possível que se reproduza em 2008 a mesmice de 2004, repetida em 2006, que agora deixa visível a mediocridade de resultados apresentados pelos eleitos e de outro lado, a falta de alternativas sérias apresentadas pelos que se opõem.
Não, a sociedade não está cansada e nem somente desiludida. Ela quer e espera alternativas sérias. Mudanças de rumo. Ação. Coragem. Amor à terra natal ou que lhe hospedou. Talvez, esta seja a principal ausência que se percebe nos gestores que vêm nos representando, nestes últimos vinte anos. Amor à nossa terra. Não falo de amor de palanque.
A sociedade exige amor de quem se entristece com a criança maltrapilha e mal alimentada. Amor que chora a falta de amparo ao velho doente. Amor que lamenta pelo tempo de espera do cidadão que, sem dinheiro para adquirir um carro e sem coragem para circular de bicicleta, em meio ao nosso violento trânsito, é obrigado a usar, o cada vez mais decadente, transporte público local.
A sociedade que anda meio adormecida, não está surda e nem cega. Por isso exige que se tenha uma eleição que debata verdadeiramente propostas. Ninguém é mais inocente para deixar de admitir, que o enfrentamento político para a escolha de quem vai ser nossos próximos representantes políticos, seja um convívio de bons modos, mas cá para nós: não dá mais para, apenas ver o apetite invulgar pelos R$ 7 bilhões!
Publicado na Folha da Manhã em 12 de outubro de 2007.
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
Evitei tratar do tema na sexta-feira passada, quando se encerrava o prazo do troca-troca absurdo de partidos para as eleições do ano que vem. Passada a data-limite, enquanto cidadão há que se exigir um debate sério, sem “toma-lá-dá-cá” para a melhoria dos nossos problemas.
Um orçamento de 1,5 bilhão em 2008 permite estimar, que o próximo prefeito terá mais de R$ 7 bilhões, para num mandato de quatro anos, melhorar nossas condições de vida, embora se saiba, que aqueles que mais necessitam das ações do poder público, ainda não lêem jornais.
Não é demais exigir um plano de metas. Um plano claro, sucinto, exeqüível. Nada de promessas mirabolantes. Falo de ações que melhorem nosso trânsito, o transporte urbano, a saúde, etc. A saúde, que hoje detém cerca de R$ 400 milhões do nosso orçamento, ainda não deixou visível ou perceptível, melhorias proporcionais, ao quase ½ bilhão que recebe anualmente.
É preciso superar a pobreza do debate, ou da falta dele, na disputa política que se avizinha. As baixarias, o troca-troca de legendas, favores e barganhas que assistimos todos os dias, já não fazem corar, nem aqueles que antes se diziam espantados.
Não é possível que se reproduza em 2008 a mesmice de 2004, repetida em 2006, que agora deixa visível a mediocridade de resultados apresentados pelos eleitos e de outro lado, a falta de alternativas sérias apresentadas pelos que se opõem.
Não, a sociedade não está cansada e nem somente desiludida. Ela quer e espera alternativas sérias. Mudanças de rumo. Ação. Coragem. Amor à terra natal ou que lhe hospedou. Talvez, esta seja a principal ausência que se percebe nos gestores que vêm nos representando, nestes últimos vinte anos. Amor à nossa terra. Não falo de amor de palanque.
A sociedade exige amor de quem se entristece com a criança maltrapilha e mal alimentada. Amor que chora a falta de amparo ao velho doente. Amor que lamenta pelo tempo de espera do cidadão que, sem dinheiro para adquirir um carro e sem coragem para circular de bicicleta, em meio ao nosso violento trânsito, é obrigado a usar, o cada vez mais decadente, transporte público local.
A sociedade que anda meio adormecida, não está surda e nem cega. Por isso exige que se tenha uma eleição que debata verdadeiramente propostas. Ninguém é mais inocente para deixar de admitir, que o enfrentamento político para a escolha de quem vai ser nossos próximos representantes políticos, seja um convívio de bons modos, mas cá para nós: não dá mais para, apenas ver o apetite invulgar pelos R$ 7 bilhões!
Publicado na Folha da Manhã em 12 de outubro de 2007.
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