Cuidado, a próxima vítima pode ser você!
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
É verdade que a vida tem valido cada vez menos. Porém, este articulista confessa que ainda está impactado, com os números absurdos que teve acesso recentemente que mostram o tamanho da violência no trânsito, em Campos e no Brasil como um todo.
Antes, vale dar os parabéns, ao Dr. José Manuel Moreira, presidente da Fundação João Barcelos Martins, por ter provocado uma discussão, que infelizmente não pude participar, para discutir, o gravíssimo aumento de 360%, nos atendimentos hospitalares decorrentes dos acidentes de trânsito, causados na área urbana e nas estradas que circundam nosso município.
O leitor pode perceber o fato simplesmente folheando o jornal e identificando, que só os acidentes com mais de uma vítima fatal têm hoje, espaço para divulgação. A banalização das ocorrências vai suprimindo os demais. Estão morrendo jovens e adultos que as famílias e o país tanto investiram e esperavam. Não desejo que eles sejam vistos pelos olhos das frias estatísticas.
Porém, os números do estudo do professor Paulo Fleury, da UFRJ são estarrecedores. Os mais graves são aqueles que mostram o índice de mortes por acidentes, sabendo, que em nosso país, “só se registra como morte por acidente na estrada, a que realmente ocorre no local do acidente. Se o ferido for levado ao hospital e lá morrer, o caso fará parte de outra estatística”.
No Brasil o índice de mortes por mil quilômetros de estrada é superior a 100, enquanto no Canadá é de 3,3, no Reino Unido de 9,8, nos EUA 6,5 e na Itália, 10. Outro número absurdo: no Brasil tem-se, 909 óbitos para cada dez mil acidentes, contra 65 nos EUA.
Pelo crescimento dos atendimentos feitos no Hospital Ferreira Machado, referência no atendimento das vítimas de acidentes em nossa região, não seria demasiado estimar, que os números locais devem estar, acima da média nacional. O problema do trânsito tem responsabilidades nos três níveis de governo, mas, é a prefeitura que detém poder maior, mais rápido e eficiente, para tomar medidas capazes de mudar este quadro, ou pelo menos, reduzir suas conseqüências.
Ouso dizer, infelizmente, que hoje, é quase inexistente, a família que não tenha sofrido, a subtração de entes queridos, vítimas de acidentes automobilísticos. Urge a necessidade de se passar da constatação à ação. Algumas medidas amargas talvez tenham que ser tomadas, como a do aumento no rigor nas punições às infrações. Por outro lado, é imperativa uma ampla e bem feita campanha, de educação no trânsito, porque além de melhorar a infra-estrutura e a logística do trânsito, há que se acabar com o mau comportamento e a imprudência de muitos motoristas.
O trabalho será árduo e demorado, mas, precisa ser empreendido com planejamento, ações e metas gestadas junto com a sociedade. Fora disso, continuaremos a chorar pelos filhos vitimados.
Publicado na Folha da Manhã em 05 de outubro de 2007.
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
É verdade que a vida tem valido cada vez menos. Porém, este articulista confessa que ainda está impactado, com os números absurdos que teve acesso recentemente que mostram o tamanho da violência no trânsito, em Campos e no Brasil como um todo.
Antes, vale dar os parabéns, ao Dr. José Manuel Moreira, presidente da Fundação João Barcelos Martins, por ter provocado uma discussão, que infelizmente não pude participar, para discutir, o gravíssimo aumento de 360%, nos atendimentos hospitalares decorrentes dos acidentes de trânsito, causados na área urbana e nas estradas que circundam nosso município.
O leitor pode perceber o fato simplesmente folheando o jornal e identificando, que só os acidentes com mais de uma vítima fatal têm hoje, espaço para divulgação. A banalização das ocorrências vai suprimindo os demais. Estão morrendo jovens e adultos que as famílias e o país tanto investiram e esperavam. Não desejo que eles sejam vistos pelos olhos das frias estatísticas.
Porém, os números do estudo do professor Paulo Fleury, da UFRJ são estarrecedores. Os mais graves são aqueles que mostram o índice de mortes por acidentes, sabendo, que em nosso país, “só se registra como morte por acidente na estrada, a que realmente ocorre no local do acidente. Se o ferido for levado ao hospital e lá morrer, o caso fará parte de outra estatística”.
No Brasil o índice de mortes por mil quilômetros de estrada é superior a 100, enquanto no Canadá é de 3,3, no Reino Unido de 9,8, nos EUA 6,5 e na Itália, 10. Outro número absurdo: no Brasil tem-se, 909 óbitos para cada dez mil acidentes, contra 65 nos EUA.
Pelo crescimento dos atendimentos feitos no Hospital Ferreira Machado, referência no atendimento das vítimas de acidentes em nossa região, não seria demasiado estimar, que os números locais devem estar, acima da média nacional. O problema do trânsito tem responsabilidades nos três níveis de governo, mas, é a prefeitura que detém poder maior, mais rápido e eficiente, para tomar medidas capazes de mudar este quadro, ou pelo menos, reduzir suas conseqüências.
Ouso dizer, infelizmente, que hoje, é quase inexistente, a família que não tenha sofrido, a subtração de entes queridos, vítimas de acidentes automobilísticos. Urge a necessidade de se passar da constatação à ação. Algumas medidas amargas talvez tenham que ser tomadas, como a do aumento no rigor nas punições às infrações. Por outro lado, é imperativa uma ampla e bem feita campanha, de educação no trânsito, porque além de melhorar a infra-estrutura e a logística do trânsito, há que se acabar com o mau comportamento e a imprudência de muitos motoristas.
O trabalho será árduo e demorado, mas, precisa ser empreendido com planejamento, ações e metas gestadas junto com a sociedade. Fora disso, continuaremos a chorar pelos filhos vitimados.
Publicado na Folha da Manhã em 05 de outubro de 2007.
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