Educação em Campos – hora de superar oportunidades perdidas!
Roberto Moraes Pessanha
Ex-diretor geral do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
A motivação para este artigo não são índices ou estatísticas, mas a identificação da perda de oportunidades. A priori, concordo com a posição da secretária municipal, professora Elizabeth Landim, quando ela diz, que o diagnóstico dos problemas da educação de Campos, evidenciado em pesquisa recentemente divulgada, tem origem anterior à sua gestão, embora, eu tenha visto em todas as campanhas eleitorais recentes, o argumento da continuidade, como força motriz.
Por conta desta breve análise da educação em nosso município, recordei-me, que no ano de 2001, 23 entidades da sociedade civil de Campos, na primeira audiência pública que discutiu o orçamento do município incluíram várias emendas ao orçamento de 2002 e também dos anos seguintes destinadas ao setor. Do total de R$ 40 milhões propostos em emendas, depois se negociou a aprovação de R$ 9,5 milhões. Infelizmente, a maioria das emendas acabou abandonada e não executada. Na época, este articulista, como presidente da ong Cidade 21 chegou até a ser saudado, pela iniciativa, através da secretária de Educação que ocupava o cargo.
Trago para o leitor algumas destas emendas: implantação de laboratórios de ciências em 50 escolas - emenda de R$ 3,59 milhões e aprovação de R$ 1,5 milhão; aquisição de livros e montagem de bibliotecas - emenda de R$ 3,15 milhão, aprovação de R$ 1,15 milhão; implantação de 4 bibliotecas volantes para as pequenas escolas - emenda de R$ 1 milhão, aprovado R$ 500 mil; capacitação de professores - emenda aprovada de R$ 1,5 milhão; implantação de 120 laboratórios - emenda aprovada de R$ 2 milhões; implantação de internet nas escolas - emenda aprovada de R$ 1 milhão; emenda proposta e aprovada de R$ 1 milhão para construção de 10 creches ao invés de três; entre outras foi negada, a ampliação dos núcleos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Daí a pergunta natural: desta quantia, qual o valor efetivamente, investido na Educação? Todos nós sabemos, que nesta mesma época, o município teve uma média de mais de 3 mil shows contratados por ano, alguns, a peso de ouro. Se naquela oportunidade, as ações propostas, negociadas e aprovadas tivessem sido implementadas, o quadro atual certamente seria outro.
Particularmente, identifico ações interessantes sendo, atualmente desenvolvidas na secretaria. Entre elas, cito a implementação e ampliação das bibliotecas e seus acervos mais, os laboratórios de ciências. Há ainda, a capacitação dos docentes e técnico-administrativos, que começa a ter avanços, embora ainda necessite de aperfeiçoamento e maiores recursos. Interessante observar, que estas ações tenham sido pensadas e planejadas, até orçamentariamente, em 2001.
Uma nova sugestão: a adoção de ações e metas a serem sugeridas, em um plano estratégico para a educação municipal, elaborado de forma conjunta e participativa com diretores e representantes dos profissionais da educação. Entre estas, por exemplo, o aumento da escolaridade média da nossa população, em pelo menos, dois anos, na próxima década. A divulgação destas metas pode possibilitar um esforço conjunto da sociedade para ajudar no seu cumprimento. Não se pode esquecer da avaliação das escolas, dos docentes e dos alunos, enfim do sistema.
Não tenho dúvidas, que o melhor investimento que se pode fazer com o dinheiro dos royalties é na área de educação, especialmente na básica, um dever do município. A expansão do ensino médio público, embora dever do governo estadual é um outro desafio que pode ser adotado e assumido. Imagine, daqui a vinte anos, o município, sem os royalties, mas com uma das maiores escolaridades médias entre as cidades brasileiras. Tenho certeza, que o retorno econômico com este índice seria maior até do que, o atualmente previsto, com os empréstimos concedidos pelo Fundecam, para abertura de empresas e campos de trabalho. Façamos o debate e mãos à obra!
Publicado na Folha da Manhã em 16 de maio de 2007.
Ex-diretor geral do Cefet Campos
e-mail: moraes.rol@terra.com.br
A motivação para este artigo não são índices ou estatísticas, mas a identificação da perda de oportunidades. A priori, concordo com a posição da secretária municipal, professora Elizabeth Landim, quando ela diz, que o diagnóstico dos problemas da educação de Campos, evidenciado em pesquisa recentemente divulgada, tem origem anterior à sua gestão, embora, eu tenha visto em todas as campanhas eleitorais recentes, o argumento da continuidade, como força motriz.
Por conta desta breve análise da educação em nosso município, recordei-me, que no ano de 2001, 23 entidades da sociedade civil de Campos, na primeira audiência pública que discutiu o orçamento do município incluíram várias emendas ao orçamento de 2002 e também dos anos seguintes destinadas ao setor. Do total de R$ 40 milhões propostos em emendas, depois se negociou a aprovação de R$ 9,5 milhões. Infelizmente, a maioria das emendas acabou abandonada e não executada. Na época, este articulista, como presidente da ong Cidade 21 chegou até a ser saudado, pela iniciativa, através da secretária de Educação que ocupava o cargo.
Trago para o leitor algumas destas emendas: implantação de laboratórios de ciências em 50 escolas - emenda de R$ 3,59 milhões e aprovação de R$ 1,5 milhão; aquisição de livros e montagem de bibliotecas - emenda de R$ 3,15 milhão, aprovação de R$ 1,15 milhão; implantação de 4 bibliotecas volantes para as pequenas escolas - emenda de R$ 1 milhão, aprovado R$ 500 mil; capacitação de professores - emenda aprovada de R$ 1,5 milhão; implantação de 120 laboratórios - emenda aprovada de R$ 2 milhões; implantação de internet nas escolas - emenda aprovada de R$ 1 milhão; emenda proposta e aprovada de R$ 1 milhão para construção de 10 creches ao invés de três; entre outras foi negada, a ampliação dos núcleos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Daí a pergunta natural: desta quantia, qual o valor efetivamente, investido na Educação? Todos nós sabemos, que nesta mesma época, o município teve uma média de mais de 3 mil shows contratados por ano, alguns, a peso de ouro. Se naquela oportunidade, as ações propostas, negociadas e aprovadas tivessem sido implementadas, o quadro atual certamente seria outro.
Particularmente, identifico ações interessantes sendo, atualmente desenvolvidas na secretaria. Entre elas, cito a implementação e ampliação das bibliotecas e seus acervos mais, os laboratórios de ciências. Há ainda, a capacitação dos docentes e técnico-administrativos, que começa a ter avanços, embora ainda necessite de aperfeiçoamento e maiores recursos. Interessante observar, que estas ações tenham sido pensadas e planejadas, até orçamentariamente, em 2001.
Uma nova sugestão: a adoção de ações e metas a serem sugeridas, em um plano estratégico para a educação municipal, elaborado de forma conjunta e participativa com diretores e representantes dos profissionais da educação. Entre estas, por exemplo, o aumento da escolaridade média da nossa população, em pelo menos, dois anos, na próxima década. A divulgação destas metas pode possibilitar um esforço conjunto da sociedade para ajudar no seu cumprimento. Não se pode esquecer da avaliação das escolas, dos docentes e dos alunos, enfim do sistema.
Não tenho dúvidas, que o melhor investimento que se pode fazer com o dinheiro dos royalties é na área de educação, especialmente na básica, um dever do município. A expansão do ensino médio público, embora dever do governo estadual é um outro desafio que pode ser adotado e assumido. Imagine, daqui a vinte anos, o município, sem os royalties, mas com uma das maiores escolaridades médias entre as cidades brasileiras. Tenho certeza, que o retorno econômico com este índice seria maior até do que, o atualmente previsto, com os empréstimos concedidos pelo Fundecam, para abertura de empresas e campos de trabalho. Façamos o debate e mãos à obra!
Publicado na Folha da Manhã em 16 de maio de 2007.
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