Pesquisa como instrumento de mudanças
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes@fmanha.com.br
Tenho insistido com a tese de que, o simples fato, de possuirmos um parque de instituições e vagas no ensino superior, não torna nosso município, obrigatoriamente, dotado da poderosa ferramenta do conhecimento. Fala-se e repete-se aos quatro cantos que o conhecimento, é o instrumento mais poderoso para transformar a economia de cidades, regiões, estados e até de países. Neste aspecto, há que se separar o que é saber, do que é conhecimento novo, além de estudo e graduação da pós-graduação e da pesquisa organizada e sistematizada.
Neste aspecto, julgo que de dois ou três anos para cá, está havendo uma verdadeira revolução por conta da produção de diferentes grupos de pesquisas espalhados nas instituições e, em alguns casos até melhor: entre instituições. Há trabalhos em diferentes campos do saber que têm elaborado diagnósticos profundos, tanto do passado, quanto contemporâneos, sobre nosso território (seja ele, o município ou, a região) e nosso povo, analisando fragilidades e potencialidades nos aspectos econômicos, de infra-estrutura e sociais.
Há que se lamentar apenas à pequena amplitude de repercussão destes estudos. Não me refiro apenas à divulgação ao público de uma maneira geral, mas também entre as próprias instituições e também pesquisadores. Nesta hora, mais uma vez sinto a falta que faz a existência de um organismo público local ou regional que pudesse ser o articulador, fomentador e divulgador dos grupos de pesquisas, dos seus conteúdos, assim como, de seus resultados.
Vejo que estamos perdendo, ou, aproveitando muito pouco, as informações, diagnósticos e proposições que poderiam nos ajudar a entender a nossa realidade, assim como os cenários futuros.
Nesta linha aproveito para destacar uma delas: a pesquisa da economista e mestra da Ucam-Campos, Denise Cunha Tavares Terra, cujo resumo foi objeto de um belo artigo no Boletim (online) número 13, Royalties, Petróleo e& Região. O estudo que é tema de sua tese de doutorado, está sendo desenvolvido, no curso de Geografia da UFRJ e se refere, à utilização dos recursos dos royalties do petróleo, hoje equivalentes a 72% de todo o orçamento, no período compreendido entre 1993 e 2004 e seu significado, na redução das desigualdades socioespaciais em nosso município.
A sua pesquisa faz uma análise detalhada dos investimentos em obras, dos últimos três períodos de governos municipais, nos mandatos de Sérgio Mendes (1993-1996) Garotinho-Arnaldo (1997/2000) e novamente Arnaldo Vianna entre 2001 e 2004.
A pesquisadora identificou que “a abundância de recursos extras, não contribuiu até aqui, para a melhoria no quadro das desigualdades socioespaciais do município, ao contrário, aumentou, e que a riqueza do petróleo não tornou o poder público mais solidário com a sua população”.
Muitas outras leituras são possíveis de serem tiradas, por gestores públicos, privados e ainda por outros pesquisadores sobre estes e outros problemas contemporâneos que temos vivido. O debate e a análise que pode e deveria ser feita, por estes diferentes segmentos, dará não só frutos que apontem para a solução dos mesmos, como também a absorção e o aprofundamento de conhecimentos, que outros municípios, dificilmente terão pela inexistência da base de pesquisa que aqui possuímos. Devemos saber aproveitar melhor este potencial. Bater palmas apenas por vagas no ensino superior é desconhecer o potencial que a pesquisa pode nos trazer de retorno.
Publicado na Folha da Manhã em 8 de dezembro de 2006.
Professor do Cefet Campos
e-mail: moraes@fmanha.com.br
Tenho insistido com a tese de que, o simples fato, de possuirmos um parque de instituições e vagas no ensino superior, não torna nosso município, obrigatoriamente, dotado da poderosa ferramenta do conhecimento. Fala-se e repete-se aos quatro cantos que o conhecimento, é o instrumento mais poderoso para transformar a economia de cidades, regiões, estados e até de países. Neste aspecto, há que se separar o que é saber, do que é conhecimento novo, além de estudo e graduação da pós-graduação e da pesquisa organizada e sistematizada.
Neste aspecto, julgo que de dois ou três anos para cá, está havendo uma verdadeira revolução por conta da produção de diferentes grupos de pesquisas espalhados nas instituições e, em alguns casos até melhor: entre instituições. Há trabalhos em diferentes campos do saber que têm elaborado diagnósticos profundos, tanto do passado, quanto contemporâneos, sobre nosso território (seja ele, o município ou, a região) e nosso povo, analisando fragilidades e potencialidades nos aspectos econômicos, de infra-estrutura e sociais.
Há que se lamentar apenas à pequena amplitude de repercussão destes estudos. Não me refiro apenas à divulgação ao público de uma maneira geral, mas também entre as próprias instituições e também pesquisadores. Nesta hora, mais uma vez sinto a falta que faz a existência de um organismo público local ou regional que pudesse ser o articulador, fomentador e divulgador dos grupos de pesquisas, dos seus conteúdos, assim como, de seus resultados.
Vejo que estamos perdendo, ou, aproveitando muito pouco, as informações, diagnósticos e proposições que poderiam nos ajudar a entender a nossa realidade, assim como os cenários futuros.
Nesta linha aproveito para destacar uma delas: a pesquisa da economista e mestra da Ucam-Campos, Denise Cunha Tavares Terra, cujo resumo foi objeto de um belo artigo no Boletim (online) número 13, Royalties, Petróleo e& Região. O estudo que é tema de sua tese de doutorado, está sendo desenvolvido, no curso de Geografia da UFRJ e se refere, à utilização dos recursos dos royalties do petróleo, hoje equivalentes a 72% de todo o orçamento, no período compreendido entre 1993 e 2004 e seu significado, na redução das desigualdades socioespaciais em nosso município.
A sua pesquisa faz uma análise detalhada dos investimentos em obras, dos últimos três períodos de governos municipais, nos mandatos de Sérgio Mendes (1993-1996) Garotinho-Arnaldo (1997/2000) e novamente Arnaldo Vianna entre 2001 e 2004.
A pesquisadora identificou que “a abundância de recursos extras, não contribuiu até aqui, para a melhoria no quadro das desigualdades socioespaciais do município, ao contrário, aumentou, e que a riqueza do petróleo não tornou o poder público mais solidário com a sua população”.
Muitas outras leituras são possíveis de serem tiradas, por gestores públicos, privados e ainda por outros pesquisadores sobre estes e outros problemas contemporâneos que temos vivido. O debate e a análise que pode e deveria ser feita, por estes diferentes segmentos, dará não só frutos que apontem para a solução dos mesmos, como também a absorção e o aprofundamento de conhecimentos, que outros municípios, dificilmente terão pela inexistência da base de pesquisa que aqui possuímos. Devemos saber aproveitar melhor este potencial. Bater palmas apenas por vagas no ensino superior é desconhecer o potencial que a pesquisa pode nos trazer de retorno.
Publicado na Folha da Manhã em 8 de dezembro de 2006.
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