O pirata que não é do Caribe
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
E-mail: moraes.rol@terra.com.br
Pirata do olho de vidro e da perna de pau. Tem um olho tapado para não enxergar o que não interessa e o outro bem aberto para buscar “oportunidades”. Como caolho olha a cidade sem querer enxergá-la. Caminha pelas ruas com as pernas de pau que não sustentam meio jogo de capoeira.
Sem o tapa-olhos talvez visse e comunicasse melhor atendendo assim, as exigências legais e morais que dá ao cidadão, o direito de saber para onde está indo o seu, o meu, o nosso dinheirinho.
Talvez o pirata não saiba, o dinheiro público é de todos. Não sendo só dele está impedido de depositar no Banco Cédula, apostar no bicho e financiar campanha eleitoral de “amigos”.
Considero um investimento razoável o que é feito com as bolsas que antes eram pertenciam a um programa chamado de “Probo” e que agora teve a sua denominação trocada para ProCampos. Desculpe, se há algum trocadilho embutido nesta história. Não coloquem a culpa neste articulista.
Também considero que o auxílio pago aos estudantes deveria exigir uma contrapartida de prestação de serviços agora ou no futuro, ou mesmo, um ressarcimento, mesmo que sem correção, especialmente, para aqueles, que conseguem com tal apoio galgar, vários degraus em suas carreiras profissionais. Sempre defendi que o paternalismo tem sido a madrasta, de algumas de nossas doenças mais crônicas e cruéis, com as quais somos obrigados a conviver em nossa comunidade.
Porém, nunca imaginei, que nem mesmo um pirata pudesse exigir compromissos não-republicanos em troca deste investimento humano. Aliás, nossas instituições de ensino, que pesquisam, ao invés de viajar como os piratas, nunca misturaram estas bolsas, com pesquisas bancadas com recursos próprios ou de órgãos de fomento como: CNPQ, Capes, Faperj e outros
Sendo assim, a qualidade e a quantidade dos resultados produzidos por estas pesquisas já são altamente auditados, fiscalizados e suas contas apuradas. Portanto, não há como se falar, sequer em pesquisas financiadas pela prefeitura local, que infelizmente, apesar da abundância de recursos, até hoje, nunca cogitou de ter uma política de ciência & tecnologia que viesse aproveitar, fomentar e usufruir dessa magnífica massa científica existente em nosso município, sem querer tutelá-la.
Melhor ainda, que o tema da execução orçamentária tenha sido levantada pelo pirata caolho. Imagino que com o olho tapado e a perna de pau tenha querido esconder o volume de R$ 16,8 milhões que tem para se comunicar. Talvez até tenha que voltar para o Caribe buscar um jeito de explicar aonde e com quem vem gastando esse dinheiro que é equivalente, ao que é pago anualmente, aos bolsistas universitários das nove instituições de ensino superior. Este pirata não é do Caribe. Se fosse você, eu pegava o ticket do cinema do shopping e assistia a um outro filme. Quer uma sugestão? “Um crime de mestre”.
Publicado em 15 de junho de 2007 na Folha da Manhã.
Professor do Cefet Campos
E-mail: moraes.rol@terra.com.br
Pirata do olho de vidro e da perna de pau. Tem um olho tapado para não enxergar o que não interessa e o outro bem aberto para buscar “oportunidades”. Como caolho olha a cidade sem querer enxergá-la. Caminha pelas ruas com as pernas de pau que não sustentam meio jogo de capoeira.
Sem o tapa-olhos talvez visse e comunicasse melhor atendendo assim, as exigências legais e morais que dá ao cidadão, o direito de saber para onde está indo o seu, o meu, o nosso dinheirinho.
Talvez o pirata não saiba, o dinheiro público é de todos. Não sendo só dele está impedido de depositar no Banco Cédula, apostar no bicho e financiar campanha eleitoral de “amigos”.
Considero um investimento razoável o que é feito com as bolsas que antes eram pertenciam a um programa chamado de “Probo” e que agora teve a sua denominação trocada para ProCampos. Desculpe, se há algum trocadilho embutido nesta história. Não coloquem a culpa neste articulista.
Também considero que o auxílio pago aos estudantes deveria exigir uma contrapartida de prestação de serviços agora ou no futuro, ou mesmo, um ressarcimento, mesmo que sem correção, especialmente, para aqueles, que conseguem com tal apoio galgar, vários degraus em suas carreiras profissionais. Sempre defendi que o paternalismo tem sido a madrasta, de algumas de nossas doenças mais crônicas e cruéis, com as quais somos obrigados a conviver em nossa comunidade.
Porém, nunca imaginei, que nem mesmo um pirata pudesse exigir compromissos não-republicanos em troca deste investimento humano. Aliás, nossas instituições de ensino, que pesquisam, ao invés de viajar como os piratas, nunca misturaram estas bolsas, com pesquisas bancadas com recursos próprios ou de órgãos de fomento como: CNPQ, Capes, Faperj e outros
Sendo assim, a qualidade e a quantidade dos resultados produzidos por estas pesquisas já são altamente auditados, fiscalizados e suas contas apuradas. Portanto, não há como se falar, sequer em pesquisas financiadas pela prefeitura local, que infelizmente, apesar da abundância de recursos, até hoje, nunca cogitou de ter uma política de ciência & tecnologia que viesse aproveitar, fomentar e usufruir dessa magnífica massa científica existente em nosso município, sem querer tutelá-la.
Melhor ainda, que o tema da execução orçamentária tenha sido levantada pelo pirata caolho. Imagino que com o olho tapado e a perna de pau tenha querido esconder o volume de R$ 16,8 milhões que tem para se comunicar. Talvez até tenha que voltar para o Caribe buscar um jeito de explicar aonde e com quem vem gastando esse dinheiro que é equivalente, ao que é pago anualmente, aos bolsistas universitários das nove instituições de ensino superior. Este pirata não é do Caribe. Se fosse você, eu pegava o ticket do cinema do shopping e assistia a um outro filme. Quer uma sugestão? “Um crime de mestre”.
Publicado em 15 de junho de 2007 na Folha da Manhã.
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