Fundecana & meio ambiente
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
E-mail: moraes.rol@terra.com.br
O Fundecana é mais um projeto interessante, tal qual, o que lhe deu origem, o Fundecam. Aliás, já havia proposto, em mais de um artigo, um Fundecam-rural. O Fundecana é um programa que prevê atendimento a produtores que tenham até 25 hectares de área agricultável, com meta de atingir, no prazo de um ano, uma área de dois mil hectares plantados. Para seu aperfeiçoamento, sugiro a implantação de mecanismos, para além do crédito aos pequenos produtores.
Além, do estímulo ao consórcio e ao associativismo de produtores, o projeto tem, segundo informações dos seus gestores, preocupações em levar informações técnicas desde o plantio, a manutenção da cultura, incluindo a irrigação, até a colheita. Seria bom, que se aliasse a estes pontos, uma obrigação de plantio de mata nativa em espaço, proporcional à área plantada em cana, impedindo a eliminação das poucas áreas de reservas florestais e redução da nossa cobertura verde.
No caso da inexistência de resquícios destas reservas seria desejável, para garantir a sustentabilidade ambiental da região, que o projeto determinasse que, o contemplado com o financiamento reservasse, pelo menos, 3% da área de plantio da cana, para o plantio de mata nativa.
Esta ação pode ajudar no médio prazo, o produtor, a recuperar nascentes que ajudarão a sua propriedade e até a produtividade na cultura canavieira. Não podemos deixar que, como em épocas anteriores, a cultura da cana-de-açúcar, contribua ainda mais para a redução da pequena cobertura verde nesta imensidão de área que a região norte-fluminense possui.
É absurdo, a hipótese de se ter milhares de hectares plantados em cana, sem que se tenha pequenas áreas de matas. Além, do retorno financeiro que tal iniciativa propiciaria, teríamos de forma indireta, um processo de educação e conscientização ambiental de produtores e lavradores.
Para se ter uma idéia dos problemas que a falta de planejamento ambiental pode provocar trago para o leitor um exemplo: fui procurado esta semana, por um pequeno agricultor do vizinho município de São Francisco do Itabapoana. Na sua pequena propriedade, entre alguns pequenos cultivos, ele empreendeu um açude para criar de peixes que trazia interessante retorno para sua família. Trazia, não traz mais, porque seu vizinho, um produtor rural do setor canavieiro ampliou as instalações do sistema de irrigação, que ao ser acionado, simplesmente secou o açude do vizinho provocando o fim da atividade e a perda da criação de pescado.
É preciso que saiamos da visão sugadora e entremos num modelo, que mesmo não sendo o desejado, onde todos ganham, pelo menos, não seja, aquele em que apenas, um ganha em detrimento dos demais. A iniciativa que proponho avança nesta linha.
Não há meio mais eficaz, de se fazer algo concreto em prol do meio ambiente, do que, neste momento, da cessão do crédito. Até os grandes agentes internacionais de créditos, Banco Mundial, Bird, o Bndes e o BB já fazem este tipo de exigência. Com esta iniciativa, o Fundecana se habilita a ter estes agentes como parceiros na ampliação do volume de crédito à disposição do programa, além de impedir, que se reduza, de maneira, ainda mais significativa, a já pequena cobertura verde em nosso município.
Publicado na Folha da Manhã em 6 de outubro de 2006.
Professor do Cefet Campos
E-mail: moraes.rol@terra.com.br
O Fundecana é mais um projeto interessante, tal qual, o que lhe deu origem, o Fundecam. Aliás, já havia proposto, em mais de um artigo, um Fundecam-rural. O Fundecana é um programa que prevê atendimento a produtores que tenham até 25 hectares de área agricultável, com meta de atingir, no prazo de um ano, uma área de dois mil hectares plantados. Para seu aperfeiçoamento, sugiro a implantação de mecanismos, para além do crédito aos pequenos produtores.
Além, do estímulo ao consórcio e ao associativismo de produtores, o projeto tem, segundo informações dos seus gestores, preocupações em levar informações técnicas desde o plantio, a manutenção da cultura, incluindo a irrigação, até a colheita. Seria bom, que se aliasse a estes pontos, uma obrigação de plantio de mata nativa em espaço, proporcional à área plantada em cana, impedindo a eliminação das poucas áreas de reservas florestais e redução da nossa cobertura verde.
No caso da inexistência de resquícios destas reservas seria desejável, para garantir a sustentabilidade ambiental da região, que o projeto determinasse que, o contemplado com o financiamento reservasse, pelo menos, 3% da área de plantio da cana, para o plantio de mata nativa.
Esta ação pode ajudar no médio prazo, o produtor, a recuperar nascentes que ajudarão a sua propriedade e até a produtividade na cultura canavieira. Não podemos deixar que, como em épocas anteriores, a cultura da cana-de-açúcar, contribua ainda mais para a redução da pequena cobertura verde nesta imensidão de área que a região norte-fluminense possui.
É absurdo, a hipótese de se ter milhares de hectares plantados em cana, sem que se tenha pequenas áreas de matas. Além, do retorno financeiro que tal iniciativa propiciaria, teríamos de forma indireta, um processo de educação e conscientização ambiental de produtores e lavradores.
Para se ter uma idéia dos problemas que a falta de planejamento ambiental pode provocar trago para o leitor um exemplo: fui procurado esta semana, por um pequeno agricultor do vizinho município de São Francisco do Itabapoana. Na sua pequena propriedade, entre alguns pequenos cultivos, ele empreendeu um açude para criar de peixes que trazia interessante retorno para sua família. Trazia, não traz mais, porque seu vizinho, um produtor rural do setor canavieiro ampliou as instalações do sistema de irrigação, que ao ser acionado, simplesmente secou o açude do vizinho provocando o fim da atividade e a perda da criação de pescado.
É preciso que saiamos da visão sugadora e entremos num modelo, que mesmo não sendo o desejado, onde todos ganham, pelo menos, não seja, aquele em que apenas, um ganha em detrimento dos demais. A iniciativa que proponho avança nesta linha.
Não há meio mais eficaz, de se fazer algo concreto em prol do meio ambiente, do que, neste momento, da cessão do crédito. Até os grandes agentes internacionais de créditos, Banco Mundial, Bird, o Bndes e o BB já fazem este tipo de exigência. Com esta iniciativa, o Fundecana se habilita a ter estes agentes como parceiros na ampliação do volume de crédito à disposição do programa, além de impedir, que se reduza, de maneira, ainda mais significativa, a já pequena cobertura verde em nosso município.
Publicado na Folha da Manhã em 6 de outubro de 2006.
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