Buscando oportunidades
Roberto Moraes Pessanha
Professor do Cefet Campos
e-mail:moraes@fmanha.com.br
Hoje vou comprar uma briga com meus companheiros da academia. A meu ver não se trata de exclusão. Continuo um ardoroso defensor da visão de desenvolvimento baseado nas potencialidades e na cultura local com uma estratégia que priorize a pequena e a média empresa em detrimento dos grandes investimentos em indústrias que cada vez mais automatizadas acabam por ter, relativamente, uma desproporcional demanda por mão-de-obra.
Por todos os motivos, especialmente pela farta receita dos finitos royalties do petróleo, temos muito a fazer com o uso mais eficiente e racional deste dinheiro. O apoio aos pequenos produtores na agricultura, o apoio a criação de cooperativas e formação de consórcios de pequenas empresas de produção e prestação de serviços com os recursos do Fundecam, etc.
Porém, não vejo nenhum empecilho que o poder público municipal, a exemplo de outros municípios, em complemento às ações anteriores, trace uma estratégia que, além de estimular e dar apoio ao “Desenvolvimento Local” também busque identificar oportunidades que possam aliar interesse e experiência locais com “nichos” surgidos no cenário de globalização em que vivemos.
Neste sentido, lamentei que por razões diversas, nossa região tenha perdido a chance sediar aqui o Complexo Petroquímico que agora vai ser construído em Itaboraí. Como também não se pode ficar chorando sobre o leite derramado e nem ficar esperando as chances caírem do céu vejo que está passando da hora de termos um rol de projetos que poderiam ser desenvolvidos junto com o governo federal até como forma de exigir compensações pela perda da refinaria.
Nesta linha, até mais como provocação que como certeza da sua viabilidade e das suas reais chances, identifico que uma nova bola pode estar pulando diante de nós pedindo que alguém chute.
Refiro-me a escolha que o Brasil fez do padrão de TV Digital. A opção pelo padrão japonês que absorverá inovações nacionais, ensejará a implantação no país da primeira fábrica de semicondutores. Vislumbro com ela reais chances de termos a sede desta iniciativa. Temos mão-de-obra qualificada, base para aumentar esta qualificação, localização estratégica próxima aos maiores centros consumidores e recursos para ajudar na infra-estrutura para este empreendimento.
Ele tem inúmeras vantagens em relação à refinaria: polui imensamente menos e é um empreendimento com grande capacidade de arrasto dentro da cadeia produtiva da eletro-eletônica e telecomunicações que tem uma perspectiva e uma pujança incomensurável.
Se fosse prefeito apresentava nossas credenciais inscrevendo nosso interesse e arregimentando uma equipe técnica conhecedora do assunto para aprofundar estes estudos e aproveitava também para, finalmente constituir a secretaria municipal de Ciência e Tecnologia. Tudo isso pode ser feito sem deixar de lado o apoio às iniciativas locais.
Não devemos nos esquecer que mesmo que os royalties sejam bem utilizados, e estamos distante deste desejo, mesmo com os financiamentos do Fundecam, não há hoje no horizonte nenhuma possibilidade de, no futuro, se garantir que o município tenha proporcionalmente, pelo menos, metade da receita que hoje possuímos. Posso estar errado, mas lanço o debate!
Publicado na Folha da Manhã em 7 de julho de 2006.
Professor do Cefet Campos
e-mail:moraes@fmanha.com.br
Hoje vou comprar uma briga com meus companheiros da academia. A meu ver não se trata de exclusão. Continuo um ardoroso defensor da visão de desenvolvimento baseado nas potencialidades e na cultura local com uma estratégia que priorize a pequena e a média empresa em detrimento dos grandes investimentos em indústrias que cada vez mais automatizadas acabam por ter, relativamente, uma desproporcional demanda por mão-de-obra.
Por todos os motivos, especialmente pela farta receita dos finitos royalties do petróleo, temos muito a fazer com o uso mais eficiente e racional deste dinheiro. O apoio aos pequenos produtores na agricultura, o apoio a criação de cooperativas e formação de consórcios de pequenas empresas de produção e prestação de serviços com os recursos do Fundecam, etc.
Porém, não vejo nenhum empecilho que o poder público municipal, a exemplo de outros municípios, em complemento às ações anteriores, trace uma estratégia que, além de estimular e dar apoio ao “Desenvolvimento Local” também busque identificar oportunidades que possam aliar interesse e experiência locais com “nichos” surgidos no cenário de globalização em que vivemos.
Neste sentido, lamentei que por razões diversas, nossa região tenha perdido a chance sediar aqui o Complexo Petroquímico que agora vai ser construído em Itaboraí. Como também não se pode ficar chorando sobre o leite derramado e nem ficar esperando as chances caírem do céu vejo que está passando da hora de termos um rol de projetos que poderiam ser desenvolvidos junto com o governo federal até como forma de exigir compensações pela perda da refinaria.
Nesta linha, até mais como provocação que como certeza da sua viabilidade e das suas reais chances, identifico que uma nova bola pode estar pulando diante de nós pedindo que alguém chute.
Refiro-me a escolha que o Brasil fez do padrão de TV Digital. A opção pelo padrão japonês que absorverá inovações nacionais, ensejará a implantação no país da primeira fábrica de semicondutores. Vislumbro com ela reais chances de termos a sede desta iniciativa. Temos mão-de-obra qualificada, base para aumentar esta qualificação, localização estratégica próxima aos maiores centros consumidores e recursos para ajudar na infra-estrutura para este empreendimento.
Ele tem inúmeras vantagens em relação à refinaria: polui imensamente menos e é um empreendimento com grande capacidade de arrasto dentro da cadeia produtiva da eletro-eletônica e telecomunicações que tem uma perspectiva e uma pujança incomensurável.
Se fosse prefeito apresentava nossas credenciais inscrevendo nosso interesse e arregimentando uma equipe técnica conhecedora do assunto para aprofundar estes estudos e aproveitava também para, finalmente constituir a secretaria municipal de Ciência e Tecnologia. Tudo isso pode ser feito sem deixar de lado o apoio às iniciativas locais.
Não devemos nos esquecer que mesmo que os royalties sejam bem utilizados, e estamos distante deste desejo, mesmo com os financiamentos do Fundecam, não há hoje no horizonte nenhuma possibilidade de, no futuro, se garantir que o município tenha proporcionalmente, pelo menos, metade da receita que hoje possuímos. Posso estar errado, mas lanço o debate!
Publicado na Folha da Manhã em 7 de julho de 2006.
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